Na varanda sentada em uma cadeira de balanço, Tininha passava suas tardes a observar o chilrear dos pássaros entre árvores que abrilhantavam seu quintal. Com uma anatomia frágil, suas vestes sempre alvas, gostava de usar camisetas e saias brancas. Possuia cabelos ainda escuros, cortados rente ao ombro com um liso impecável. Tininha igualmente a suas roupas também era alva, apesar da fragilidade por trás de seus fortes traços dava para notar que fora uma belíssima mulher. Continuava com seu charme, porém nos últimos tempos possuía uma rotina não muito comum. Acordava tomava seu leite morno, servido em uma caneca esmaltada de cor branca, fazia constantemente suas orações, no almoço outra caneca de leite. Tininha pessoa culta, mente ativa mas que nos últimos cinco anos tinha em seu cardápio apenas o leite morno servido na sua caneca esmaltada branca. Outra vasilha não servia. Outro alimento não aceitava. Com exceção de bolachas, aquelas compridinhas sabor maizena, mas bastava duas ou três no máximo para se saciar. Para agradá-la uma pequena garotinha anualmente a visitava em seu lar. Já sabia do gosto refinado de Tininha, então a garotinha sempre pedia uns trocados aos pais para presentear a amiga com um pacote das bolachas e algumas balas chitas. Tininha sabia muitos detalhes da vida da garotinha: data de aniversário dela e de seus familiares, local onde ela morava, o mês em que o pai da garotinha tirava férias... Então Tininha já ficava a espera dessa pequena amiga quando iniciava-se o tal mês. A cadeira de balanço era o que Tininha oferecia a sua pequena amiga, como gratidão pelas visitas. As duas passavam horas ali sentadas a conversar sobre diversos assuntos. Até os pais da garotinha foram conhecer Tininha, de tão bem que a garota falava sobre Tininha. Não havia quem não se encantasse por Tininha. Apesar da distância e o pouco contato ambas sempre se lembravam uma da outra em suas orações. Tininha até presenteou a garotinha com uma santinha do mesmo nome que a garotinha. Os anos se passaram a amizade enraizou-se todo ano era a mesma rotina. As férias chegaram a família arrumou as malas e foram viajar. Ao chegar a garotinha foi saltitante rever Tininha com o pacote de bolachas e algumas balas chitas. Chegando na varanda não avistou a cadeira de balanço, o quarto da casa estava vazio. Ao perguntar sobre Tininha, obteve a seguinte resposta:
- Vieram alguns parentes e resolveram levar Tininha de volta para casa.
A garotinha ficou triste pois não pode se despedir. Mas alegre por saber que a amiga refez os laços familiares. Então pediu à Deus para que Tininha não perdesse a alegria que tinha nem a doçura que espalhava aos que estavam ao seu redor.
Imagem do google |
Que linda história!! Espero que Tininha fique bem!!
ResponderExcluirTenha um dia muito feliz!!
Beijinhos!♥
Gostei da história ,Parabéns
ResponderExcluirOi Beatriz, que surpresa maravilhosa lá no blog, amei sua visita e vim correndo matar a saudade de você. Espero que você esteja ótima. Fica com Deus e apareça sempre que puder tá? Abração.
ResponderExcluirOi Beatriz querida, tudo bem?
ResponderExcluirAdorei o história da Tininha e sua amiga, muito linda.
Parabéns e um beijo carinhoso
Regina Célia
Tininha pode estar contida em qualquer um de nós. Determinada, mas cheia de segredos. Sem despedidas foi embora. Pode voltar, pode não voltar.
ResponderExcluirDepende da escrita que lhe dá formas e interfere na sua história.
Misterioso texto, Bia!
bjos
Zizi
Ola Beatriz sou a Marta a colunista do blog minicb.
ResponderExcluirAdorei a história e ja me tornei fã do seu blog.
beijinhos
Bom dia Bia! Como está? O seu livro já está a caminho.
ResponderExcluirQue linda história!!
beijos
tenha um ótimo dia!
Olá Bia, bonita a história de Tininha, Engraçado vivi uma história semelhante, um retorno de férias e uma amiga que se foi, depois de 24 anos eu a reencontrei, não tínhamos as cadeiras de balanço mas amávamos a bala chita! Bjoos
ResponderExcluirOi Bia,
ResponderExcluirAdorei o conto, mas estava apreensiva com o final, já antevendo que a Tininha tinha morrido. Ainda bem que tudo acabou de forma feliz.
Obrigada pela visitinha ao meu blog. Já estou seguindo o seu e vou ficar muito feliz se vc tb me seguir.
Beijos 1000 e um meio de semana maravilhoso para vc.
www.gosto-disto.com
Olá Beatriz! Saudações Literárias.
ResponderExcluirTambém passei por aqui e achei muito bem cuidado e interessante o seu espaço.
Parabéns!
Sempre que eu puder voltarei para ver as novidades.
Abraços de Luz
http://iluminandoavida.blogspot.com.br/
Belo texto! E muito bem escrito! Obrigada pelo carinho, minha amiga Bia.....Uma sexta-feira abençoada!
ResponderExcluirUm final de semana iluminado!
Abraço fraterno e carinhoso!
Elaine Averbuch Neves
http://elaine-dedentroprafora.blogspot.com.br/
Olá!Boa noite!
ResponderExcluirTudo bem?
Gostei da forma simples, objetiva e clara do seu "conto"...confesso que eu, também, fiquei apreensivo, com o "sumiço"... por que Tininha vivenciava intensamente, um processo de "medicalização social", identificado na inserção de alguns de seus comportamentos , espero que refeito os laços familiares,ela "sane" a falta de perspectivas e respostas...e espalhe a sua doçura e alegria..."contextualizo" ...
Obrigado pelo carinho e pela participação em meu blog!
Muito feliz!
ah sim...leu meu perfil? deu tudo certo...aliás, está TUDO certo, rsrs
Boa sexta feira!
Beijos
Adorei!
ResponderExcluirParabéns pela bela escrita!
Abraços
Olá!Bom dia!
ResponderExcluir...vim desejar um bom domingo!
Beijos com carinho
ai Bia, meigo e tocante , parabéns !
ResponderExcluirTenha um fim de semana bem gostoso, e muita paz!
http://casascoisaseoutros.blogspot.com.br/
Beijo no ♥ !